A Vida Extraordinária de Tarso de Castro


O documentário de Leo Garcia e Zeca Brito não mente em seu título. A Vida Extraordinária de Tarso de Castro fala de um personagem que nada teve de comum. Nascido em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, o jornalista Tarso de Castro mudou-se para o Rio de Janeiro e logo transformou-se em figurinha carimbada da cena carioca.

Fundador do Pasquim e de vários outros títulos da imprensa alternativa, Tarso foi um jornalista da escola antiga. Boêmio, mulherengo, bebedor, era dono de um texto invejável. “Escrevia como falava”, dizem os amigos. Que não foram poucos, assim como os desafetos.

No começo, ao telefone, Jaguar tenta convencer, sem sucesso, Ziraldo a colaborar com o filme. Falam, de maneira abusada, do “caráter” de Tarso. “Seria um grande vazio, um espaço negro, comenta Jaguar. Dos depoimentos, de amigos, inimigos e ex-mulheres, compõe-se a história da rivalidade entre ele e Millôr Fernandes, outra das estrelas do Pasquim. E vê-se em cena várias imagens do próprio Tarso, captadas quando ele entrevistava alguém ou conduzia seu programa de televisão.

O filme é abrangente o suficiente para conter não apenas um personagem polêmico, mas toda uma época, cheia de arestas e bem diferente da nossa. Eric Nepomuceno bem a descreve: “Durante a ditadura, havia uma união da esquerda para a resistência. Com a redemocratização, essas forças se dispersaram e hoje não temos nada”. Como negar?

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