Entre os muitos retrocessos da atual sociedade brasileira, sobram alguns avanços. Entre eles, o reconhecimento dos direitos LGBT, uma luta ainda por ser travada de maneira mais ampla, mas que já deu alguns passos adiante.
Nesse contexto, é lançado o documentário Abrindo o Armário, de Dario Menezes e Luis Abramo, mesclando depoimentos de artistas veteranos, como o do escritor e cineasta João Silvério Trevisan aos de jovens como Linn da Quebrada e Viper Venomenous.
O filme tenta – e consegue – mostrar o absurdo que significa discriminar alguém por conta de sua sexualidade.
Melhor ainda. Os depoimentos são consistentes e pouco picotados pela montagem. Podemos acompanhar ideias e reflexões interessantes sobre o tema. Além, claro, do relato das experiências pessoais, em geral muito dolorosas.
Numa delas, um rapaz conta a traumática primeira experiência homossexual, após a qual quase chegou ao suicídio, atormentado pela culpa. Sentimento, claro, introjetado por uma sociedade que se arroga o direito de legislar sobre o desejo do outro, o que é o máximo concebível de autoritarismo.
Um belo filme, simples, comovente, às vezes divertido, outras doloroso. Necessário.