Oscar 2021: Mank recebe mais indicações, mas Nomadland é favorito


Aberto o envelope e divulgados os concorrentes a melhor filme no Oscar 2021: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Mank, Minari, Nomadland, Bela Vingança, Som do Silêncio e Os Sete de Chicago. Quais os destaques, entre esses escolhidos?

Bem, Mank parece sair na ponta, com dez indicações. Mas, em premiações anteriores, o longa, que conta os bastidores da criação de Cidadão Kane e reabilita a figura do roteirista Herman Mankiewicz, tem sido muito indicado mas não tem levado tantos prêmios. Como se as partes fossem todas boas, mas o conjunto, não.

Já Nomadland com seis indicações, tem levado prêmios por onde tem passado. Seu aproveitamento é melhor. Pode ser considerado o favorito em diversas categorias, como melhor filme, direção (Chloé Zhao) e atriz (Frances McDormand). Coloca em foco os filhos perdidos da recessão nos Estados Unidos, que se deslocam, de forma incessante, em seus trailers, sem pousada fixa nem destino. É um registro factual e metáfora sobre o pesadelo em que se pode transformar o famoso “sonho americano”. Muito original, situa-se numa fronteira bem contemporânea, entre o documentário e a ficção.

Judas e o Messias Negro é um filme forte sobre um caso de infiltrado entre os Panteras Negras que redundou no assassinato do líder Fred Hampton, interpretado por Daniel Kaluuya, que concorre a melhor ator coadjuvante. Pelo mesmo filme, e na mesma categoria, concorre Lakeity Stanfield.

Os Sete de Chicago é outro filme com temática política, sobre uma manifestação contra a Guerra do Vietnã, em que sete ativistas são levados ao tribunal num julgamento de cartas marcadas. É forte, intenso e bem interpretado.

Bela Vingança é um caso de mulher assediada que se dedica a punir a masculinidade tóxica. Com bela atuação de Carey Mulligan, tem agradado muito ao público, sobretudo a plateias jovens pois em sintonia com o espírito do tempo. Sua diretora, Emerald Fennell, está indicada em sua categoria.

O Som do Silêncio, história de um baterista que se torna surdo, também tem sido bem cotado. Talvez não tenha força para vencer nas principais categorias, mas deixa impressa sua marca.

Tudo somado, entendo que Nomadland é o filme a ser destacado. Mais completo, original e tocante, sem deixar de ser reflexivo, tem tudo para vencer.

Mas há também Minari, que corre por fora. É uma história bonita, a saga de imigrantes da Coreia e suas dificuldades de adaptação. Falado em coreano a maior parte do tempo, é produção norte-americana e passa-se inteiramente nos Estados Unidos. Pode surpreender.

Por fim, uma palavra sobre a categoria melhor documentário, que apresenta uma bela seleção de concorrentes. Entre eles, o criativo chileno The Mole Agent (Agente Duplo), uma maneira super original (e bem-humorada) de registrar a vida numa clínica de idosos. Collective é um filme-denúncia sobre um caso rumoroso de corrupção na saúde pública que causou a morte de várias pessoas na Romênia. Crip Camp – Revolução pela Inclusão revisita um acampamento dos anos 1960 que reabilitava pessoas deficientes dando-lhes melhores condições de vida. Time é a história de uma mulher que luta para tirar seu marido da prisão, condenado a 60 anos de encarceramento por roubo a banco. E Professor Polvo é um encantador filme de natureza que mostra um mergulhador tentando se aproximar de um polvo ao longo de um ano de paciente convivência. Competição equilibrada, mas a torcida fica para Agente Duplo, diferente entre todos, humano e divertido.

Melhor filme

  • "Meu pai"

  • ‘"Judas e o messias negro"

  • "Mank"

  • "Minari"

  • "Nomadland"

  • "Bela vingança"

  • "O som do silêncio"

  • "Os 7 de Chicago"

Melhor atriz

  • Viola Davis – "A voz suprema do blues"

  • Andra Day – "Estados Unidos Vs Billie Holiday"

  • Vanessa Kirby – "Pieces of a woman"

  • Frances McDormand – "Nomadland"

  • Carey Mulligan – "Bela vingança"

Melhor ator

  • Riz Ahmed – "O som do silêncio"

  • Chadwick Boseman – "A voz suprema do blues"

  • Anthony Hopkins – "Meu pai"

  • Gary Oldman – "Mank"

  • Steve Yeun – "Minari"

Chadwick Boseman, Glynn Turman, Michael Potts e Colman Domingo em imagem de 'A voz suprema do blues' — Foto: David Lee/Netflix

Chadwick Boseman, Glynn Turman, Michael Potts e Colman Domingo em imagem de ‘A voz suprema do blues’ — Foto: David Lee/Netflix

Melhor direção

  • Thomas Vinterberg – "Druk – Mais uma rodada"

  • David Fincher – "Mank"

  • Lee Isaac Chung – "Minari"

  • Chloé Zhao – "Nomadland"

  • Emerald Fennell – "Bela vingança"

Melhor atriz coadjuvante

  • Maria Bakalova – "Borat: fita de cinema seguinte"

  • Glenn Close – "Era uma vez um sonho"

  • Olivia Colman – "Meu pai"

  • Amanda Seyfried – "Mank"

  • Yuh-Jung Youn – "Minari"

Melhor ator coadjuvante

  • Sacha Baron Cohen – "Os 7 de Chicago"

  • Daniel Kaluuya – "Judas e o messias negro"

  • Leslie Odom Jr. – "Uma noite em Miami"

  • Paul Raci – "O som do silêncio"

  • Lakeith Stanfield – ‘Judas e o messias negro"

Melhor filme internacional

  • "Druk – Mais uma rodada" (Dinamarca)

  • "Shaonian de ni" (Hong Kong)

  • "Collective" (Romênia)

  • "O homem que vendeu sua pele" (Tunísia)

  • "Quo vadis, Aida?" (Bósnia e Herzegovina)

Melhor roteiro adaptado

  • "Borat: fita de cinema seguinte"

  • "Meu pai"

  • "Nomadland"

  • "Uma noite em Miami"

  • "O tigre branco"

Sacha Baron Cohen em cena da sequência de 'Borat', que recebeu indicações ao Oscar — Foto: Divulgação

Sacha Baron Cohen em cena da sequência de ‘Borat’, que recebeu indicações ao Oscar — Foto: Divulgação

Melhor roteiro original

  • "Judas e o Messias negro"

  • "Minari"

  • "Bela vingança"

  • "O som do silêncio"

  • "Os 7 de Chicago"

Melhor figurino

  • "Emma"

  • "A voz suprema do blues"

  • "Mank"

  • "Mulan"

  • "Pinóquio"

Melhor trilha sonora

  • " Destacamento blood"

  • "Mank"

  • "Minari"

  • "Relatos do mundo"

  • "Soul"

Melhor animação

  • "Dois irmãos: Uma jornada fantástica"

  • "A caminho da lua"

  • "Shaun, o Carneiro: O Filme – A fazenda contra-ataca"

  • "Soul"

  • "Wolfwalkers"

Cena de 'Soul', animação da Pixar indicada ao Oscar — Foto: Divulgação

Cena de ‘Soul’, animação da Pixar indicada ao Oscar — Foto: Divulgação

Melhor curta de animação

  • "Burrow"

  • "Genius Loci"

  • "If anything happens I love you"

  • "Opera"

  • "Yes people"

Melhor curta-metragem em live action

  • "Feeling through"

  • "The letter room’"

  • "The present"

  • ‘"wo distant strangers"

  • "White Eye"

Melhor documentário

  • "Collective"

  • "Crip camp"

  • "The mole agent"

  • "My octopus teacher"

  • "Time"

Melhor documentário de curta-metragem

  • "Collete"

  • "A concerto is a conversation"

  • "Do not split"

  • "Hunger ward"

  • "A love song for Natasha"

Melhor som

  • "Greyhound: Na mira do inimigo"

  • "Mank"

  • "Relatos do mundo"

  • "Soul"

  • "O som do silêncio"

Canção original

  • "Fight for you" – "Judas e o messias negro"

  • ‘Hear my voice’ – "Os 7 de Chicago"

  • "Husa’vik" – "Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars"

  • "Io sì" – Rosa e Momo"

  • "Speak now" – "Uma noite em Miami"

Maquiagem e cabelo

  • "Emma"

  • "Era uma vez um sonho"

  • "A voz suprema do blues"

  • "Mank"

  • "Pinóquio"

Efeitos visuais

  • "Problemas monstruosos"

  • "O céu da meia-noite"

  • "Mulan"

  • "O grande Ivan"

  • "Tenet"

Melhor fotografia

  • "Judas e o messias negro"

  • "Mank"

  • "Relatos do mundo"

  • "Nomadland"

  • "Os 7 de Chicago"

Melhor edição

  • "Meu pai"

  • "Nomadland"

  • "Bela vingança"

  • "O som do silêncio"

  • "Os 7 de Chicago"

Melhor design de produção

  • "Meu pai"

  • "A voz suprema do blues"

  • "Mank"

  • "Relatos do mundo"

  • "Tenet"

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