‘A Mãe’, com Marcélia Cartaxo, dá início ao Festival de Vitória


VITÓRIA – Começou o 29 Festival de Cinema de Vitória, com a exibição de cinco curtas-metragens capixabas e A Mãe, de Cristiano Burlan, primeiro da mostra competitiva de longas-metragens nacionais.

O filme foi apresentado (e premiado) no recente Festival de Gramado. Por isso, não repito a crítica que fiz na ocasião (leia aqui).https://luizzanin7.wordpress.com/2022/08/13/gramado-2022-a-forca-de-marcelia-cartaxo-em-a-mae/

Digo apenas que foi muito bom rever o filme e acompanhar o desempenho notável de Marcélia Cartaxo como Maria, em sua saga (ou calvário?) em busca de um filho desaparecido. A desenfreada violência policial das metrópoles é o tema principal desse filme intenso e perturbador.

Uma curiosidade. Marcélia não pôde ficar em Gramado para receber seu Kikito de melhor atriz. Estava no Recife filmando o novo trabalho da cineasta Renata Pinheiro. Quem trouxe a estatueta a Vitória foi o diretor Cristiano Burlan, que a entregou em “cerimônia” informal durante o café da manhã no hotel. Foi uma farra, com todo mundo, inclusive funciários e funcionárias do hotel, aplaudindo a atriz. Marcélia posou para fotos bem contente com sua merecida estatueta. O filme deve entrar em cartaz dia 10 de novembro, me disse o diretor.

Além da competição de longas, o Festival de Vitória apresenta várias outras mostras em sua programação: a de curtas, naturalmente; a Mostra Foco Capixaba, a Mostra Corsária, Cinema e Negritude, Cinema Ambiental, Videoclips, Mulheres no Cinema, Cinema Fantástico, Quatro Estações e Cinema de Bordas. Haja filmes. E haja tempo para ver tudo. Isso, aliás, é impossível. Nos festivais, como na vida, é preciso selecionar. E escolher sempre significa perder alguma coisa.

No capítulo homenagens, a principal é aquela reservada à atriz Bete Mendes, que já se encontra em Vitória.

A figura local homenageada (Homenagem Capixaba) é Sebastião Ribeiro Filho, descrito como homem de sete instrumentos das artes: cineclubista, produtor, realizador audiovisual, fotógrafo, compositor e ambientalista.

Achei de muito bom nível os curtas do Foco Capixaba apresentados na primeira noite.

Marés, de Thais Helena Leite, documenta a vida dos pescadores artesanais do Estado, com suas histórias reais e “causos”, contados de maneira saborosa.

Kikazaru, de Matheus Cabral, relata a rotina matinal de uma pessoa não-ouvinte. Fez em homenagem à mãe, deficiente auditiva.

Latasha, de Alex Buck, mistura animação com atores reais para encenar uma história de tom fantástico em que um casal recebe a visita inesperada de um ser com mais de mil anos de idade.

Noites em Pandemia, de Ricardo Sá, encena a rotina de distanciamento social de uma mulher solitária durante a crise do coronavírus.

Por fim, o belíssimo Makumba, de Emerson Evêncio, com música e dança evoca a negritude, desfaz preconceitos e conta o mito, a simbologia e o que chama de “berço onírico da ancestralidade”. Sem dizer uma única palavra, é muito eloquente no que se propõe.

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.