Prêmios do júri oficial, do público e da crítica para ‘A Mãe’ no Festival de Vitória



A atriz Marcélia Cartaxo e o cineasta Cristiano Burlan recebem seus troféus em Vitória

VITÓRIA – São raros os vencedores da chamada “tríplice coroa” em festivais de cinema. O longa-metragem de São Paulo ‘A Mãe’ chegou lá. Foi considerado melhor filme pelo júri oficial, viu-se eleito pela votação popular e convenceu a crítica de que era a melhor opção. Levou ainda outros troféus do júri oficial: direção (Cristiano Burlan), atriz (Marcélia Cartaxo) e fotografia (André S. Brandão).

É um lindo (e triste) filme, que mostra a saga de Maria (Marcélia Cartaxo) em busca do filho desaparecido, uma provável vítima da violência policial, que promove, impunemente, assassinatos de Estado nos bairros pobres da capital paulistana e em outras cidades deste Brasil injusto. O Brasil é de violência estrutural contra os mais fracos, mas esta tem sido estimulada nos últimos anos pelo atual governo.

Sideral, na mostra nacional, e MaKumba, no foco capixaba, foram os grandes vencedores entre os curtas-metragens.

São dois belos filmes. O primeiro, já foi apresentado em uma centena de festivais pelo mundo e tem mais de 40 troféus na prateleira, segundo seu diretor, Carlos Segundo. Em preto-e-branco, opta pela sci-fi para contar a história de uma mãe de família que, de repente, some do lar. Makumba, de Emerson Evêncio, fala de identidade e cultura afro-brasileira deixando de lado discursos habituais sobre esses temas, valendo-se da força das imagens para impactar o espectador.

São esses os principais destaques de um festival muito bem organizado e que ainda mantém uma dimensão, digamos assim, em escala humana. As pessoas conseguem conviver durante uma semana, sem excesso de compromissos, tendo tempo para conversar, trocar ideias e projetos, ou simplesmente cultivar essa arte tão esquecida da amizade.

Para tanto, é preciso tempo, artigo escasso, ou inexistente, em festivais que buscam preencher todas as horas do dia com algum tipo de atividade. Algum ócio é fundamental para a criatividade humana, como defende o italiano Domenico De Masi.

VENCEDORES:

. “A Mãe”, de Cristiano de Burlan (SP): melhor filme pelo Júri Oficial, pela Crítica, pelo Público, direção, atriz (Marcélia Cartaxo), fotografia (André S. Brandão)

. “Ursa”, de William de Oliveira (PR) – melhor roteiro (William de Oliveira), menção honrosa de melhor atriz (Adriana Sottomaior)

. “A Mãe de Todas as Lutas“, de Susanna Lira (RJ) – Prêmio de melhor contribuição artística

. “Germino Pétalas no Asfalto”, de Coraci Ruiz e Julio Matos (Campinas) – menção honrosa pela direção

. “Capitão Audácia”, de Filipe Gontijo (Brasília) – menção honrosa de melhor ator para Fernando Teixeira

. CURTA-METRAGEM BRASILEIRO:

. “Sideral”, de Carlos Segundo (RN) – melhor filme

. “Como Respirar Fora D’Água”, de Victoria Negreiros e Júlia Favero (SP): melhor direção

. “Fantasma Neon”, de Leonardo Martinelli (RJ) – Prêmio Especial do Júri, melhor filme pelo Júri Popular

. “Madrugada”, de Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza (RS) – Prêmio da Crítica e melhor fotografia (Rebeca Francoff)

. “Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui”, de Érika Sarmet (Niterói) – Contribuição Artística

. “Manhã de Domingo”, de Bruno Ribeiro (RJ) – melhor roteiro (Bruno Ribeiro e Tuanny Medeiros)

. “Hospital de Brinquedos”, de Georgina Castro (CE) – melhor elenco coletivo, menção honrosa para a atriz mirim (Ana Heloiza Ribeiro)

. “Orixás Center”, Mayara Ferrão (BA) – menção honrosa

. “Solmatalua”, de Rodrigo Ribeiro-Andrade (SP) – menção honrosa

. “Infantaria”, de Laís Santos Araújo (Alagoas) – Prêmio ABD-Espírito Santo

. “Transviar“, de Maíra Tristão – Menção especial do Júri ABD-ES

. MOSTRA FOCO CAPIXABA:

. “MaKumba”, de Emerson Evêncio – melhor filme pelo júri oficial e pelo júri popular

. “Latasha”, de Alex Buck – menção honrosa

. MOSTRA MULHERES NO CINEMA:

. “Chão de Fábrica”, de Nina Kopke (SP) – melhor filme

. “Two Girls With a Movie Camera (Slumber Party), de Victoria Brasil e Thamyres Escardoa (ES) – júri popular

. MOSTRA NEGRITUDE:

. “Sethico”, de Wagner Montenegro (ES) -melhor filme

. “O Ovo”, de Rayne Teles (BA), júri popular

. CURTA FESTIVALZINHO:

. “A Aventura da Primeira Bicicleta”, de Carlos Henrique da Costa (SP) – melhor filme pelo júri popular

. MOSTRA CURTA AMBIENTAL:

. “Quanto Vale a Vida no Manguezal”, de Lucas Oliveira (SP)

. “Cavalo Marinho”, de Gustavo Serrate Maia (DF-ES) – Júri Popular

. MOSTRA CURTA FANTÁSTICO/TERROR:

. “O Que os Machos Querem”, de Ana Diniz (PB) -melhor filme

. “AzulScuro”, de Evandro Caixeta e Joao Gilberto Lara (MG) – Júri popular

. MOSTRA CORSÁRIA (Experiência de Linguagem):

. “Sonhos de Pedra”, de Thabata Ewdra e Nay Mendl (SP) – melhor filme (ex-aequo)

. “Fragmentos de Pandemia” (ES), de Aline Dias, Marcus Neves e GEXS (Grupo de Experiência Sonora da UFES) – melhor filme (ex-aqueo) e Júri Popular

. MOSTRA OUTROS OLHARES:

. “Possa Poder”, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)

. “Angu Recheado de Senzala”, de Stanley Albano (MG), Júri Popular

. MOSTRA 4 ESTAÇÕES (Diversidade Sexual):

. “Filhos da Noite”, de Henrique Arruda (PE) – melhor filme

. “Tenho Receio de Teorias Que Não Dançam”, de Gau Saraiva (BA) – Júri Popular

. MOSTRA VIDEOCLIP:

. “Chorar (Karola Nunes)”, de Juliana Segóvia (MT) – melhor videoclip

. “Tudo Eu (Amiri)”, de Elirone Rosa, Fernando Sá e Ione Maria (SP) – Júri Popular

. “Sou Negro (Monique Rocha)”, de Cíntia Braga (ES) – menção honrosa

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