Chama a atenção o rigoroso Sinfonia de um Homem Comum, de José Joffily, do qual só discordo do título. O personagem retratado, o diplomata brasileiro José Bustani, é, em toda linha, um tipo incomum em nossos tempos.
Dotado de inteligência e espinha dorsal, enfrentou os Estados Unidos quando era presidente da Organização de Proibição de Armas Químicas, da ONU. Tentou provar que a alegação para a invasão do Iraque – a de que o país de Saddam Hussein teria armas de destruição em massa – era falsa.
Foi ameaçado – de maneira direta, com vocabulário que não ficaria a dever às atuais milícias digitais da extrema-direita – e perdeu o cargo.
Aposentado, dedica-se hoje à sua outra paixão – a música, sendo um virtuose do piano. Uma vida exemplar. Incomum.
O documentário de José Joffily é ultra minucioso, ouve as pessoas certas e monta o quebra-cabeça de uma história que mais parece inventada do que real. Desmonta qualquer ilusão ingênua sobre os paladinos da democracia no mundo.
Entra em cartaz nesta quinta-feira, 9/2/23
Agradeço a leitura. Abraço
CurtirCurtir
Obrigado pelo comentário sobre esse filme. Acordou minha curiosidade sobre o tema e tentarei assisti-lo
CurtirCurtir