50 São os Novos 30 é a “tradução” brasileira para Marie Francine, dirigido e interpretado por Valérie Lemercier. Ela faz a mulher de meia-idade que, de repente, não mais que de repente, perde marido e emprego. Vê-se, literalmente, no olho da rua, magoada e
desesperançada. E, pelas circunstâncias, obrigada a voltar para a casa dos pais. Aos 50 anos de idade.
Trata-se de uma comédia, porém francesa. Por mais que se tenha preconceito contra o cinema comercial francês (e esta prevenção é forte em parte da crítica), de modo geral ele respeita mais a inteligência do espectador. Questão de escolaridade, leitura, essas coisas.
Enfim, Lemercier faz graça até mesmo com situações-clichê. Mas o filme, sabiamente, delas se afasta. Alguns personagens são realmente muito bons, à parte Marie Francine interpretada pela própria Lemercier. Seu pai, aspirante veterano a escritor, a mãe, que não aceita a perda da juventude e mantém caso com o açougueiro. Por fim, o cozinheiro que se aproxima de Marie Francine e talvez lhe ofereça uma outra oportunidade na vida.
Bem humorado, sem apelar para grosserias e com tom de fundo
libertário, 50 São os Novos 30 é uma boa diversão. Para quem acha que boas diversões também podem ter alguma massa cinzenta.