A arte da crítica (2). As palavras e as coisas

A anedota é bem conhecida em nosso meio. Dois críticos saem juntos após uma sessão de cinema. Um pergunta ao outro: “E aí, gostou do filme?” Resposta: “Não sei, não escrevi ainda.” Como quase toda anedota, esta tira sua graça de um certo exagero. Evidente que o crítico “sabe” se gostou ou não, de acordo … Continue lendo A arte da crítica (2). As palavras e as coisas

Dogman, de cães e de homens

Dogman, de Matteo Garrone, deu a Palma de Ouro de ator a Marcello Fonte, seu protagonista. É um caso curioso, pois de antiglamour. Marcello é o dono de um petshop na periferia de Castel Volturno, soturna cidade da Campânia, ao Sul do país. É um local semi-desértico, com prédios abandonados e onde grassa a violência. … Continue lendo Dogman, de cães e de homens

A Arte da Crítica (1). No ventre da baleia

Quase todo crítico de cinema tem sua definição particular daquilo que faz. Uma espécie de certeza de bolso, uma crença íntima para uso próprio. Lembro afoitamente de André Bazin, para quem a crítica seria o prolongamento, pelo texto, do prazer que teve ao ver um filme. Ou Jean Douchet, que fala da crítica como uma … Continue lendo A Arte da Crítica (1). No ventre da baleia

Minha Fama de Mau e a questão das cinebiografias

Gostei da cinebiografia de Erasmo Carlos, Minha Fama de Mau, dirigida por Lui Farias. Porém, posso entender quem se queixa de alguns pontos, como a pouca semelhança dos atores e atrizes com aqueles que interpretam no filme - Erasmo Carlos (Chay Suede), Roberto Carlos (Gabriel Leone) e Wanderléa (Malu Rodrigues), em especial. Mais ainda porque, … Continue lendo Minha Fama de Mau e a questão das cinebiografias

Eu Acuso

Quem passasse de madrugada pela rua de Paris onde morava Émile Zola veria as luzes do seu quarto acesas. O escritor trabalhava até tarde da noite. Escrevia o manifesto a ser publicado no jornal L’Aurore com o título de J’accuse (Eu acuso), panfleto em favor do capitão Alfred Dreyfus, injustamente condenado por traição. A edição … Continue lendo Eu Acuso

A distopia de Gaspar Noé

Clímax, do franco-argentino Gaspar Noé, tem provocado polêmicas. O que é bem compreensível, em se tratado de Noé. Para quem não lembra - ele é diretor de Irreversível, um filme contado de trás para frente que, no meio, apresenta uma insuportável cena de estupro de 11 minutos, com todos os detalhes expostos. Neste novo filme, … Continue lendo A distopia de Gaspar Noé