Bergman – 100 anos


Bergman 100 Anos, de Jane Magnusson, chega no momento das comemorações em torno do centenário do cineasta sueco. Autor de obras-primas como O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, Persona, Gritos e Sussurros e Fanny e Alexander, Bergman tende a ser incensado. Não é para menos. Poucos artistas tiveram tanta e tão permanente influência quanto ele.

No entanto, Bergman também era um ser humano e, como tal, cheio de arestas e defeitos. Filho de um rígido pastor protestante, criou-se com limitações e neuroses impostas por uma religiosidade autoritária e impiedosa. De certa forma, sua arte (tanto no cinema como no teatro ou na literatura) o salvaram de si mesmo – e da sua herança paterna.

É do que trata o filme, iluminando alguns desvãos menos brilhantes do artista, como sua adesão de juventude ao nazismo, sua problemática relação com as mulheres, seu uso (e às vezes abuso) de uma autoridade conquistada através do seu prestígio internacional. Por sorte, Jane não esconde mas também não chafurda nessas águas menos claras. Elas existem, mas para lembrar a dimensão contraditória do personagem.

O foco do filme, na verdade, é outro: ela se detém no “ano milagroso” de 1957, quando Bergman lançou duas obras-primas como O Sétimo Selo e Morangos Silvestres, dirigiu peças de teatro, escreveu roteiros e mudou mais uma vez de mulher (a esta altura ele já tinha seis dos nove filhos que teria ao longo da existência).

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.