Saiu a seleção do 76º Festival de Veneza e temos um ator brasileiro na mostra principal – Wagner Moura está no elenco de WASP Network, dirigido por Olivier Assayas, junto com Penélope Cruz e Gael García Bernal. Aliás, dois brasileiros estão na jogada, porque o filme é baseado no livro de Fernando Morais, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, sobre redes de espionagem e contraespionagem cubanas em Miami. Um livraço, diga-se de passagem. Aliás, três brasileiros, porque o filme é produzido por Rodrigo Teixeira.
Aproveitando que estou aqui, a mostra competitiva veneziana parece das mais interessantes, com filmes de Noah Baumbach (Marriage Story), Atom Egoyam (Guest of Honour), James Gray (Ad Astra), Robert Guédiguien (Gloria Mundi), Ciro Guerra (Waiting for the Barbarians), Kore-Eda (La Vérité), Pablo Larraín (Ema), Mario Martone (Il Sindaco del Rione Sanità), Soderbergh (The Laundromat) entre outros.
E, sobretudo, com J’Accuse, de Roman Polanski, sobre o caso Dreyfuss, que polarizou a França do século 19, e tem tudo a ver com o mundo atual, conforme disse o diretor franco-polonês à revista Variety: “O caso é tratado no filme como um drama de espionagem, de modo que podemos mostrar sua absoluta pertinência em relação ao que se passa no mundo de hoje – o espetáculo secular da caça às bruxas contra minorias, a paranóia da segurança, os tribunais militares secretos, as agências de inteligência fora de controle, as dissimulações governamentais e a imprensa estimulando o ódio”. Parece familiar? Louis Garrel interpreta o acusado Alfred Dreyfuss.
O Brasil também estará em Veneza em outra seção, Venice Days, com o filme de estreia de Bárbara Paz sobre seu marido, o cineasta Hector Babenco, falecido em 2016: Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou.